Sou um profissional de informática. Tenho um pequeno escritório numa rua pouco movimentada de Lisboa. Para reduzir custos, esse escritório é uma cave e apenas tem janelas para as traseiras. Para a frente, apenas tem uma pequena janela, ao nível da calçada. Tenho a minha secretária encostada a essa parede. O que até é bom. Para além dos pés que ocasionalmente passam na rua, tenho muito pouco com que me distrair.
Naquela manhã, estava às voltas com mais um daqueles projectos chatos de encher chouriços. Mais do mesmo. Um certo designer envia-me umas imagens mal amanhadas, eu parto aos bocados, meto alguma tecnologia por detrás et voilá! Um site de internet. Basta juntar água. Mas pronto, paga as contas, que ao fim ao cabo é o que mais importa.
Estava eu perdido nestes pensamentos, enquanto rodava na minha cadeira como uma criança quando vi aqueles pés pela primeira vez. Quer dizer, são uns pés. Como tantos outros que passam à minha janela. Mas aqueles eram uns pés femininos, lindos, elegantes, que não sei porquê chamaram-me à atenção. Eu nunca fui muito dado a fetiches, mas aqueles pés em particular chamaram-me à atenção como nenhuns anterioremente. Calçavam uns sapatos cor de laranja, com unhas bem arranjadas e bonitas. Debrucei-me sobre a mesa para tentar ver para cima, mas não consegui ver a mulher que acompanhava. Apenas a voz meia sumida. Estava a falar ao telefone, mesmo em frente à minha janela. Ainda ficou algum tempo até desaparecer do horizonte da minha janelinha.
Não entendi o efeito que aqueles pés tiveram em mim. Nunca me tinha acontecido. Mas a verdade é que até me fizeram sentir um bocadinho excitado. Afastei os pensamentos sobre aqueles pés da cabeça e continuei com a minha vida.
No dia seguinte, enquanto estava perdido nas minhas linhas de código quando passaram aqueles pés de novo. Agora os sapatos eram diferentes. Tentei subir para cima da mesa, mas o amontodado de coisas não me deixaram ver o que se passava acima do meu escritório. Mas tinha a certeza absoluta que seriam os mesmos pés. Tinham de ser.
No dia seguinte, reorganizei o meu escritório. Fiquei com menos espaço, mas agora tinha uma vista directa para a rua. Ainda era de baixo para cima. Mas simplesmente tinha de ver o que se passava ali em cima. Mas do objecto do meu desejo, nada. Muitos pés passavam. Sapatos de todos os formatos e tamanhos. Mas nenhuns eram os meus. Eu reconheceria-os em qualquer lado. Perdi a esperança. Por completo.
Passados uns dias, duas semanas talvez, já não havia réstia de memória dos sapatos e daqueles pés de sonho que tinha visto. Quando ouvi uma voz. Agora mais distinta, estando colocado numa outra posição, conseguia ouvir um som mais directo. Olhei para cima e lá estavam os pés de novo. A mesma voz ao telefone, os mesmos pés.
Espreitei para cima e energonhei com o que vi. A dona daqueles pés deliciosos estava ali, a falar ao telefone, no mesmo tom apressado. Os pés, bem calçados nuns sapatos pretos, salto alto. E uma saia que dali parecia praticamente não existir. Corei e voltei o olhar. Fugi até da janela. Mas a curiosidade era maior e voltei. Olhei para cima e senti-me crescer dentro das calças. Ali estava eu, a menos de 2 metros daquelas pernas que se estendiam em frente a meus olhos. Sensuais. Esbeltas.
Abri a minha breguilha e deixei-o sair para fora. O espaço estava cada vez menos dentro das calças. comecei por lhe mecher ao de leve até que comecei a masturbar-me convictamente. Olhava para as pernas e imaginava-me a lambe-las e roçar o meu caralho duro nelas. Até que me vim e soltei um grito meio abafado com isto. Olhei para cima e encontrei um olhar que me fitava. Ela, esboçou um sorriso maroto e seguiu o seu caminho.
Não sei como me senti mas nunca tinha sentido tanta vergonha na minha vida. Voltei ao trabalho e tentei convencer-me que nada daquilo tinha acontecido. Esperei uns momentos mas ninguém me bateu à porta. "De certeza que foi embora" - pensei eu. E afastei da cabeça a memória daquelas pernas fabulosas e do meu incidente.
(Continua no próximo post)