Segunda-feira, 27 de Outubro de 2008
(Se não leu esta história desde o início, veja aqui a primeira e a segunda parte)

 

Ficámos uns segundos sem dizer palavra. Reparei no canto do lábio dela, um pequeno tique nervoso. Estaria nervosa? Bom, temos de admitir que tem razões para isso.

 

Aos poucos, a memória do dia anterior começava a voltar. Lembrei-me do bar, do útimo que entrei. Da discoteca. Lembro-me do que tinha vestido. Lembrei-me de ter pensado que nunca tinha visto uma mulher assim, gorducha.. parecer tão bem. a vergonha do pensamento invadiu-me o pensamento. Que estupidez. O que tem a ver?

 

Bem vamos comer? - A voz de Ana cortou o silencio e o meu pensamento.

Vamos, sim. Levantei-me e reparei, de novo, que estava completamente sem roupa. Envegonhado, voltei a sentar-me e a cobrir o meu colo com o endredon amarelo e rosa que cobria a cama. Ana soltou uma gargalhada.

 

Meu querido, estas com vergonha?

Ana, podes não acreditar, mas isto é algo que não acontece. - Disse eu ainda mais evergonhado.

Ah! Vais-me dizer que não costumas ter encontros como o nosso? - Perguntou, trocista.

Bom... contando com hoje.. já me aconteceu.. uma vez.

Oh! Vai lá gozar com a prima sim?

Juro-te! Olha bem para mim! Achas que sou do tipo de homem que uma mulher procura? E por falar nisso, como raio é que tu te interessaste por mim?

Eu interessei por ti? Não consegui pregar olho a pensar na mesma coisa! Como é que um tipo giro olha duas vezes para uma gorda como eu!

Ei, ei! Gorda? Ana, tu és das mulheres mais atraentes que já vi.

Oh.. Cala-te e anda comer.

 

Ana volta-se levanta. Antes, consigo ver uma lágrima a correr-lhe pela face. Ergo-me e seguro-lhe no braço.

 

Espera - peço-lhe - o que se passa?

Não sei. Só queria que gostasses de mim. Afinal, nem sabes como é que viste aqui parar. Isto é a história da minha vida.

 

As lágrimas correm pela face de Ana. Uma após as outras. Uma das lágrimas detém-se no canto da boca. Institivamente, beijei-lhe a cara e abracei-a. Acho que a apanhei desprevenida. O primeiro impulso foi de me afastar. Fitei-a directamente nos olhos e ela de volta. Olhámo-nos alguns momentos. E abracámo-nos. Senti os braços dela a segurar-me fote, por debaixo dos meus. Aninhando-se. Abracei-a e tentei transmitir-lhe toda a segurança que conseguia.

 

Sentia o corpo dela contra o meu. Através do seu robe fino, sentia o seu calor invadir-me o tronco nú. Beijámo-nos. Um beijo longo e profundo. Senti o seu peito, cheio de excitação, crescer contra o meu peito.

 

Levantei-me e dei a volta à cama. Ajoelhei-me à sua frente. Beijei-lhe os joelhos, ternamente e senti um suspiro de arrepio escapar-se-lhe entre os lábios. Vagarosamente, os seu joelhos separaram-se deixando-me entrar no seu mundo, muito, muito devagar.

 

(continua no próximo post)



publicado por Anonimo às 01:29 | link do post | comentar

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