Ficámos uns segundos sem dizer palavra. Reparei no canto do lábio dela, um pequeno tique nervoso. Estaria nervosa? Bom, temos de admitir que tem razões para isso.
Aos poucos, a memória do dia anterior começava a voltar. Lembrei-me do bar, do útimo que entrei. Da discoteca. Lembro-me do que tinha vestido. Lembrei-me de ter pensado que nunca tinha visto uma mulher assim, gorducha.. parecer tão bem. a vergonha do pensamento invadiu-me o pensamento. Que estupidez. O que tem a ver?
Bem vamos comer? - A voz de Ana cortou o silencio e o meu pensamento.
Vamos, sim. Levantei-me e reparei, de novo, que estava completamente sem roupa. Envegonhado, voltei a sentar-me e a cobrir o meu colo com o endredon amarelo e rosa que cobria a cama. Ana soltou uma gargalhada.
Meu querido, estas com vergonha?
Ana, podes não acreditar, mas isto é algo que não acontece. - Disse eu ainda mais evergonhado.
Ah! Vais-me dizer que não costumas ter encontros como o nosso? - Perguntou, trocista.
Bom... contando com hoje.. já me aconteceu.. uma vez.
Oh! Vai lá gozar com a prima sim?
Juro-te! Olha bem para mim! Achas que sou do tipo de homem que uma mulher procura? E por falar nisso, como raio é que tu te interessaste por mim?
Eu interessei por ti? Não consegui pregar olho a pensar na mesma coisa! Como é que um tipo giro olha duas vezes para uma gorda como eu!
Ei, ei! Gorda? Ana, tu és das mulheres mais atraentes que já vi.
Oh.. Cala-te e anda comer.
Ana volta-se levanta. Antes, consigo ver uma lágrima a correr-lhe pela face. Ergo-me e seguro-lhe no braço.
Espera - peço-lhe - o que se passa?
Não sei. Só queria que gostasses de mim. Afinal, nem sabes como é que viste aqui parar. Isto é a história da minha vida.
As lágrimas correm pela face de Ana. Uma após as outras. Uma das lágrimas detém-se no canto da boca. Institivamente, beijei-lhe a cara e abracei-a. Acho que a apanhei desprevenida. O primeiro impulso foi de me afastar. Fitei-a directamente nos olhos e ela de volta. Olhámo-nos alguns momentos. E abracámo-nos. Senti os braços dela a segurar-me fote, por debaixo dos meus. Aninhando-se. Abracei-a e tentei transmitir-lhe toda a segurança que conseguia.
Sentia o corpo dela contra o meu. Através do seu robe fino, sentia o seu calor invadir-me o tronco nú. Beijámo-nos. Um beijo longo e profundo. Senti o seu peito, cheio de excitação, crescer contra o meu peito.
Levantei-me e dei a volta à cama. Ajoelhei-me à sua frente. Beijei-lhe os joelhos, ternamente e senti um suspiro de arrepio escapar-se-lhe entre os lábios. Vagarosamente, os seu joelhos separaram-se deixando-me entrar no seu mundo, muito, muito devagar.
(continua no próximo post)